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CAPACIDADE ESTÁTICA BRASILEIRA

CAPACIDADE ESTÁTICA BRASILEIRA

05/06/2023

A grande oferta de soja física no mercado continua pressionando as cotações da oleaginosa.

O maior motivo, sem dúvida, é a gigantesca oferta de produto. O Brasil bateu recorde de safra com mais de 150 milhões de toneladas colhidas e a safra americana vem a todo vapor, com uma previsão de colheita de 116 milhões de toneladas.

Já estamos em junho e estima-se que menos de 45% da atual safra esteja comercializada. O que nos dá mais de 82 milhões de toneladas armazenadas, aguardando para trocar de mãos.
Essa baixa velocidade de comercialização, traz à tona mais uma vez o problema de estática do Brasil.
Desde 2010 a capacidade de armazenamento de grãos aumentou 41% enquanto a produção aumentou 103% no mesmo período, segundo a StoneX (figura).

É muito pouco provável que, em algum momento, tenhamos um crescimento da capacidade estática maior que o crescimento da produção. A batalha entre oferta e demanda faz esse ajuste naturalmente. 
Com tamanho estoque de soja, safra de inverno batendo na porta e baixa capacidade estática a tendência é de ainda mais pressão sobre os preços.
O mercado vai ajustar essa oferta, mas quem vai ceder espaço? Hemisfério sul ou hemisfério norte? Argentina vem de uma quebra de safra e os Estados Unidos são o grande produtor de soja na nossa entre safra.

O produtor brasileiro parece ser o fiel da balança e neste momento coloca suas fichas no mercado de clima americano. Os mais recentes relatórios mostraram uma menor umidade do solo o que pode colocar em cheque a safra “perfeita” americana.

Eng. Agronômo e Agente de Negócios Agro - Cleverson Luiz Loch